terça-feira, 13 de setembro de 2011

Amor

Reli há pouco um texto que escrevi há dez anos, "Amar".
Fazer essas releituras não é só importante do ponto de vista estético - o que melhorou, o que se perdeu no jeito de escrever -, mas principalmente quanto à visão do mundo - que temos esperança de ver ampliada.
Ainda concordo que amar não é fácil e faz a gente se perguntar se não é melhor ficarmos sozinhos com nossa solidão, e também que exige coragem e fé e muito talento para recomeçar.
Hoje, porém, não acho mais que acabamos topando tudo por amor - sofrer, engordar ou emagrecer muito, chorar, se decepcionar. As decepções vêm sim, quanto maiores são as nossas expectativas com o outro (isso em qualquer relação), e até choramos por isso. Mas daí a achar naturais o descaso, o descomprometimento, a dor... Esta só mantém com o amor uma relação fonética, e mais nada.
O amor me parece tão mais fácil hoje - menos terrível, menos ofuscante. E mais revelador: uma espécie de milagre cotidiano, prazer nas pequenas gentilezas e descobertas conjuntas. Até faz engordar um pouquinho, mas porque provoca apetite pela vida. Parece que só por amor a alguém ou a uma causa descobrimos do que somos capazes.
Hoje seria mais econômica e enfática: amar é muito bom!

4 comentários:

  1. Pra mim, o amor se dá na relação do um com o outro, seja o que for esse outro. Se há harmonia, o amor se estabeleceu, no momento. Por isso sinto o amor sempre em construção. Daí ele vem, vai, vem, vai... Vejo que deve haver amor entre o vento e as folhas de uma árvore. Como elas se mostram maravilhosas na brisa... Mas há vendavais... E eles passam.
    Enfim, nem as palavras, nem as imagens dão conta de traduzir o amor. Ele é quase o tempo.

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  2. Que palavras lindas, Wagninho - como sempre. :)
    beijos,

    Sol

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  3. Interessante hermanita essa sua nova releitura!
    Me lembro do seu texto e do contexto à época.
    Creio no amor do compartilhar, sejam essas descobertas, ou fatos -bons ou ruins... Penso que o compartilhar é se doar na medida certa: Nem farinha demais, nem açúcar ao extremo... tempero...
    A temperança, que caminha lado a lado com o compartilhar, coloca pimenta na hora certa e o mel igualmente em seu devido lugar... O traçado da quantidade de cada ingrediente vem dos pequenos detalhes da vida, que prá mim, um simples post it com algumas palavras já traz o bom tempero p vida.

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  4. Kacauette,
    que bom podermos aprender com a experiência e ainda por cima podermos escolher como queremos viver a vida. Também gosto da simplicidade dos gestos e do saber usar os temperos.
    Beijos

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