Desde que me integrei às redes sociais e reencontrei virtualmente vários amigos de épocas distintas, tive consciência de que dificilmente voltaria a ver a maioria deles. Mas sempre existia uma possibilidade, mesmo que distante - ou seja, era possível, mesmo que improvável, que eu visse alguns desses amigos por alguma razão, ou fortuitamente, ou marcando mesmo um encontro.
Agora, porém, me bate uma saudade de um futuro não vivido, quase uma melancolia, que é aquela tristeza do passado não experimentado - a pandemia nos roubou o futuro, as possibilidades todas. Mesmo quando ela passar, tudo será diferente, diminuto, amesquinhado. Difícil pensar em fazer planos, até mesmo sonhar.
Claro que a memória humana tem limites que garantem nossa sobrevivência - talvez logo esqueçamos o horror disso tudo, assim que as coisas pareçam sob controle, e tentemos viver como antes. Mas não creio que será possível. Como viver normalmente com as desigualdades escancaradas e exacerbadas? Como voltar a pautar a vida no consumo?
Só sei que essa pandemia me encheu de saudade de gentes e lugares e coisas que talvez eu não veja mais. As possibilidades nos foram roubadas. Eu até pensava em operar algumas mudanças na vida, mas agora não vejo como. A incerteza é milhões de vezes pior que a espera porque não nos deixa enxergar os contornos do possível. O Gregório Duvivier publicou um lindo texto falando sobre a saudade de imaginar que o dia de amanhã seria melhor.
E seguimos assim, entre saudosos e desesperançados, como quem caminha na penumbra sem enxergar o fim do corredor.
Só sei que essa pandemia me encheu de saudade de gentes e lugares e coisas que talvez eu não veja mais. As possibilidades nos foram roubadas. Eu até pensava em operar algumas mudanças na vida, mas agora não vejo como. A incerteza é milhões de vezes pior que a espera porque não nos deixa enxergar os contornos do possível. O Gregório Duvivier publicou um lindo texto falando sobre a saudade de imaginar que o dia de amanhã seria melhor.
E seguimos assim, entre saudosos e desesperançados, como quem caminha na penumbra sem enxergar o fim do corredor.
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