Lembrei-me um dia desses de uma crítica que recebi de uma chefe, há alguns anos: eu era muito tranquila, tinha que "entrar mais em pânico". Como não tenho essa tendência (fico brava sim, cresço dois metros quando necessário, minhas narinas dilatam, então é melhor sair da frente - mas é improvável entrar num estado de estresse, pavor, autocomiseração constantes), adquiri uma máscara "do Pânico" nas lojas Americanas (oferta imperdível de Carnaval) e deixei-a na gaveta para situações de emergência. (Para ilustrar, coloquei umas fotinhos da época no Nem guerê nem pipoca.)
A mesma chefe tinha comentado uma vez sobre meu "jeito baiano de ser" (e é uma pessoa da área de educação, podem crer nisso?), ainda sobre minha irritante tranquilidade quando as coisas ao redor eram muito estressantes. Acho que ela se irritava mais com o fato de eu ser diferente dela, de agir de modo diferente e mesmo assim conseguir ótimos resultados no trabalho.
Só que eu achava que isso era um caso único, uma pessoa que acredita no pânico como sinal de eficiência (ou pelo menos aparência de). Que, para denotar envolvimento, precisamos mostrar que estamos muito, muito preocupados, quase histéricos. Reclamar, colocar a culpa em mais alguém, se vitimizar um tanto. Aí descobri que tem bem mais gente que segue essa linha de La vie en peur e se horroriza com quem não só propõe soluções diferentes mas também procura ter uma vida normal para além do trabalho, com outros interesses, cultivando as relações humanas. Se eu consigo tempo para outras coisas, como posso fazer um bom trabalho? Simplesmente posso.
Ufa, ainda bem que guardei minha máscara!
Ih, Sô, ultimamente tenho deparado com várias pessoas assim... E como o jeito leve de ver a vida as incomoda, não?
ResponderExcluirbeijoca,
Tam
Tam, nem me diga...
ResponderExcluirbeijos saudosos,
Sô