Na última semana, soube da morte do tio de uma amiga-irmã.
Embora não se tratasse de uma pessoa próxima, foi alguém com quem convivi algumas vezes durante a adolescência, quando ia com minha amiga à sua casa ou quando ele vinha com sua família às festas de aniversário da minha amiga.
Diante da morte, é inevitável questionar: por que ele, por que agora? Ele não era jovem, mas sempre foi um homem saudável. A razão diz que foi melhor agora, antes que sobreviesse uma fase mais dolorosa da doença - mas é impossível não sofrer a dor da perda.
Minha amiga postou, em meio à dor, fotos do tio com os irmãos, quando eram garotos. Em preto e branco, com roupas daquela outra época. Uma época cheia de vida e risos, companheirismo e despreocupação com a morte, que estava tão distante. Assim ela eternizou o tio, insuflou juventude à sua memória. No final, passado o luto, é desse modo que ele será lembrado, como se o roteiro fosse invertido, e à morte se seguisse a vida, mais uma vez.
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