No vizinho http://nemguerenempipoca.blogspot.com/ perguntei aos amigos o que fazia do cantinho onde moram um lugar inigualável. Agora quero saber sobre suas leituras: o que você indicaria como um livro imperdível? E um livro visceral, algo que abalou suas estruturas? Veja que não são necessariamente a mesma coisa.
Eu, por exemplo, considero como um dos melhores livros que já li a obra do mexicano Ignacio Padilla, Amphitryon - pela urdidura, altas sacadas, repertório cultural do autor, tudo reunido com toque de mestre. Mas um livro que para mim valeu como um soco no estômago foi A paixão segundo G.H. - que encontrei perambulando pela biblioteca da faculdade e cuja lombada saltou aos olhos, atraindo-me irresistivelmente. À primeira frase, pensei: "Esta podia ser eu!". Ou seja, era um livro que, àquela altura da vida, eu precisava ler, que pedia para ser lido. E ainda por cima, segundo a autora, Clarice Lispector, era um livro para ser lido por "pessoas de alma pronta". Tivesse eu o privilégio!
Mas chega de blablablá: quais são as suas leituras favoritas, as que tocam sua mente e sua alma? Conte, conte tudo, não esconda nada.
domingo, 17 de janeiro de 2010
sábado, 2 de janeiro de 2010
Escritos alheios I
Gosto muito de O verbo no infinito (poema em que andei cismando um dia desses) do frequentemente injustiçado Vinicius de Moraes. Os verbos são usados no infinitivo para reforçar a ideia da ação constante, incessante:
E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito
Mesmo com o sofrimento todo, o eu poético afirma que vai "esquecer tudo ao vir um novo amor".
Não sei por que, mas isso me faz lembrar uma historinha da Turma da Mônica, chamada "As emoções bárbaras" (e já vi que vários internautas se lembram dessa história). Um ente superior resolve descer à Terra para viver as tais emoções bárbaras, de que já não lembra mais. Claro, vai topar com Mônica e Cebolinha. A história é ótima, tão boa quanto a do mito da caverna, também desenhada por Maurício de Sousa e protagonizada pelo Piteco.
Talvez minha estranha associação (Vinicius+quadrinhos) tenha a ver com a ideia de que o esquecimento nos leva a fazer tudo de novo. Não é por isso que costumamos ser mais cuidadosos ao manusear objetos pontiagudos, ao mexer com fogo? Na verdade, porque "lembramos". Afinal, aquilo machuca, queima etc.
Por que será que no que diz respeito às emoções costumamos "esquecer"? Ou fingimos que esquecemos? Muitas vezes, elas também machucam e queimam.
Mistérios.
E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito
Mesmo com o sofrimento todo, o eu poético afirma que vai "esquecer tudo ao vir um novo amor".
Não sei por que, mas isso me faz lembrar uma historinha da Turma da Mônica, chamada "As emoções bárbaras" (e já vi que vários internautas se lembram dessa história). Um ente superior resolve descer à Terra para viver as tais emoções bárbaras, de que já não lembra mais. Claro, vai topar com Mônica e Cebolinha. A história é ótima, tão boa quanto a do mito da caverna, também desenhada por Maurício de Sousa e protagonizada pelo Piteco.
Talvez minha estranha associação (Vinicius+quadrinhos) tenha a ver com a ideia de que o esquecimento nos leva a fazer tudo de novo. Não é por isso que costumamos ser mais cuidadosos ao manusear objetos pontiagudos, ao mexer com fogo? Na verdade, porque "lembramos". Afinal, aquilo machuca, queima etc.
Por que será que no que diz respeito às emoções costumamos "esquecer"? Ou fingimos que esquecemos? Muitas vezes, elas também machucam e queimam.
Mistérios.
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